Nessa semana repercutiu a notícia de que o EBANX é o primeiro unicórnio (nome dado para startups que possuem valor de mercado superior a 1 bilhão) de Curitiba. O EBANX é o nono unicórnio brasileiro, ao lado de empresas como 99 (transporte), Nubank (fintech), iFood (alimentação), Gympass (benefícios de academia).
Um dos elementos centrais para as empresas chegarem ao seleto time de unicórnios é possuírem um modelo de negócio claro e único. O EBANX nasceu para simplificar o processo de pagamentos no Brasil, permitindo que pessoas que não possuíam cartão de crédito internacional consumissem produtos e serviços de empresas multinacionais utilizando modos de pagamentos brasileiros, como o boleto bancário. Hoje o EBANX tem como clientes Airbnb, Spotify, Playstation e AliExpress.
A definição mais conhecida de modelo de negócios (do livro Business Model Generation) fala que “Um modelo de negócio descreve a lógica de criação, entrega e captura de valor por parte de uma organização.”[1]. Geralmente o modelo é descrito em forma visual na ferramenta do “Canvas do Modelo de Negócio” apresentado na figura a seguir:
A importância do modelo de negócio para o EBANX fica muito claro no relato dos fundadores Alphonse, João e Wagner sobre o início do negócio no evento promovido pela Endeavor disponível aqui.
Conforme relato dos fundadores a ideia de negócio do EBANX já rondava os pensamentos do Alphonse, mas ele precisava de alguém que o ajudasse a desenhar o modelo de negócio. Para isso ele chamou o Wagner, com quem já havia convivido e que já tinha fundado outras 8 empresas antes de conhecer o Alphonse. O Wagner abraçou a ideia do EBANX e logo começou a planejar os passos para viabilizar o negócio
Para construir o modelo de negócios Wagner utilizou o seu conhecimento do mercado financeiro e sua rede de relacionamento com bancos e corretoras. Também foi fundamental estudar todas as regulamentações aplicáveis no negócio.
Os fundadores tem clareza de que hoje a proposta de valor do negócio deles não é apenas ser uma solução de pagamento, o principal valor que eles oferecem é o acesso. Dão as pessoas a oportunidade de comprar produtos e serviços globais, antes inacessíveis para uma grande parcela da população.
Josué Sander é coordenador do curso de Graduação em Processos Gerenciais e Professor do Mestrado no ISAE, além de ser o facilitador responsável pela disciplina Modelo de Negócios Inovadores do Programa de Inovação do ISAE Inova.
[1] OSTERWALDER, Alexander; PIGNEUR, Yves. Business model generation: inovação em modelos de negócios. Alta Books Editora, 2013. Página 14.