Segundo Mauricio Longhini Barbeiro, professor de Finanças Sustentáveis no ISAE Escola de Negócios, parte da reversão desse quadro está nas mãos dos investidores.
O Rio de Janeiro registrou o dia mais quente do mês de março dos últimos 10 anos: 35,1ºC. O recorde do ano atual aconteceu em janeiro, com 39,9°C no dia 27. Tanto calor trouxe à tona novos debates sobre a seriedade do aquecimento global. Felizmente, cada vez mais investidores nacionais e internacionais estão se conscientizando do problema.
“Investidores que até pouco tempo atrás não consideravam os fatores ESG (do inglês ambiental, social e de governança), precisam mais do que nunca compreender o valor e o pragmatismo da adoção de uma abordagem verdadeiramente orientada ao impacto”, aponta Mauricio Longhini Barbeiro, professor de Finanças Sustentáveis no ISAE Escola de Negócios.
Segundo o especialista, diálogos sobre a emergência climática devem se concentrar na reforma de sistemas inteiros, o que inclui a adoção de soluções tecnológicas limpas, como transporte, energia e recuperação de áreas degradadas, o desenvolvimento econômico sustentável, as políticas públicas e os retroajustes do sistema em todo o mundo. “Parte da reversão desse quadro está nas mãos dos investidores, pois quando olham os fatores ambientais, sociais e de governança de forma analítica, percebem que isto é realmente importante para o futuro das próximas gerações”, explica.
Dentro dos aspectos ambientais, a mudança climática é um dos temas mais em voga. Movimentos internacionais já vêm atuando junto a investidores visando a redução do carbono de seus portfólios, ou seja, garantindo que o dinheiro investido trabalhe a favor do clima e não contra ele. “Tais movimentos entendem que tanto gestores quanto proprietários de ativos têm sua parcela de responsabilidade no processo de aquecimento global, uma vez que são financiadores da economia real”, destaca o docente do ISAE.
Para que a transição para uma economia mais inclusiva, sustentável e de baixo carbono ocorra e para que esse aquecimento observado na cidade do Rio de Janeiro e em todo o mundo seja revertido, o especialista aponta que precisamos que o capital se mova. “O foco dos investidores precisa ser em soluções e inovações que tenham como objetivo a mitigação, adaptação e resiliência climática”, diz. “Não é uma jornada simples e nem rápida, mas o papel do setor financeiro é essencial e insubstituível”, completa Mauricio Longhini Barbeiro.
Fonte: P+G Comunicação