Preciso inovar, e agora? – Edição 5
Eu me recordo bem quando explanava aos alunos de administração de empresas, na década de 90, o significado de sistemas abertos, ou seja, aqueles que sofrem influências diretas do meio externo. Bertalanffy (1977), considerado o pai da Teoria Geral de Sistemas, comparava os sistemas abertos a um organismo vivo. Eu utilizava tal analogia em minhas aulas como suporte didático para explicar que uma empresa é um tipo de sistema aberto e que, portanto, sofre influências externas, tais como política, legislações, concorrência, novas tecnologias, etc. Interessante ressaltar que não é comum fazermos referência a sistemas fechados, assim como à inovação fechada.
Esse termo inédito, utilizado pelo pesquisador Henry Chesbrough em seu livro Open Innovation: The New Imperative for Creating And Profiting from Technology (2003), compreende o “uso de fluxos de conhecimento intencionais para acelerar o poder inovador interno e expandir os mercados para uso externo da inovação.” Basicamente, a Inovação Aberta envolve a colaboração para a inovação entre departamentos, indivíduos, empresas, startups, universidades, parceiros e órgãos públicos. É recomendada para a organização que deseja implementar inovação aberta, entender e fazer parte do ecossistema de inovação.
A transformação da área de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) é vital para a compreensão do conceito de inovação aberta. Os grandes investimentos em equipes internas exclusivas de P&D certamente consistem em um valioso ativo organizacional, mas, na hora da contabilidade e da defesa de tese junto aos executivos e acionistas para comprovação de retorno sobre o investimento, essas equipes não “se pagam”, nem “pagam as contas”. São necessárias outras variáveis, tais como entender as reais necessidades do mercado, as dores dos clientes, expertises e times multidisciplinares, novas tecnologias e infraestrutura de laboratório e centros de pesquisa. É necessário o “I” de INOVAÇÃO!
Algumas práticas contribuem para a disseminação desse conceito e são cada vez mais adotadas por organizações de todos os segmentos, dentre as quais destacam-se, para citarmos alguns exemplos:
- Hackathons;
- Aceleradoras e incubadoras;
- Parcerias com instituições de ensino e pesquisa;
- Programas com startups.
Para Ronald Dauscha, ex-presidente da Siemens: “A Inovação Aberta introduz novas formas de incorporação de tecnologias e produtos com a integração de departamentos e pode ser aplicada até mesmo em pequenas empresas”.
A seguir, são elencados alguns benefícios importantes advindos da prática da Inovação Aberta:
E aí, pronto para inovar?